Para quem gosta de ficção científica, a história não é inédita. Um cientista que acaba sendo transportado para uma dimensão inóspita enquanto realiza uma experimento e que precisará fazer o possível para tentar entender o que aconteceu — e principalmente, conseguir fugir do lugar conhecido como Sudra.
Esse é o pano de fundo do Axiom Verge, jogo desenvolvido por Thomas Happ e que na época do seu lançamento causou um certo burburinho na indústria, principalmente entre aqueles que gostam de um bom Metroidvania. Mesmo adorando o estilo, demorei um bocado pra dar uma chance ao título, mas depois de fazer isso pude entender porque tantas pessoas o elogiaram.
Axiom Verge nunca tenta disfarçar a influência da série Metroid na sua criação. Durante toda a campanha temos a nítida sensação de estarmos jogando um capítulo da franquia criada pela Nintendo e embora alguns possam considerar isso um defeito, acusando o jogo de não passar de um clone, o trabalho realizado pelo seu criador é tão bom que transforma o jogo em uma bela homenagem.
Algo que contribui muito para isso é a modernizada que a mecânica recebeu. De uma grande variedade de armas a possibilidade de mantermos o nosso progresso mesmo após morrermos, Axiom Verge tenta aproveitar conceitos mais novos para entregar uma experiência mais dinâmica e no geral o objetivo consegue ser alcançado. Durante as partidas nunca me senti entediado, sempre querendo avançar um pouco mais.
Isso provavelmente também se deve a grande quantidade de itens que encontramos pelo mapa. A todo momento somos presenteados com algo que nos ajudará a avançar, seja uma arma com um tipo de disparo muito diferente do que já tínhamos, seja um equipamento essencial para o progresso, como a broca ou a habilidade de atravessar paredes.
Axiom Verge também tenta nos manter entretidos com a sua história, mas mesmo com uma ou outra reviravolta interessante, ela nunca se mostra suficientemente interessante e no fundo só queremos continuar jogando por a sua jogabilidade ser muito divertida e desafiadora.
Também merece destaque a espetacular trilha sonora do jogo. Com músicas que poderiam muito bem animar qualquer pista de dança do planeta, as faixas ajudam a diferenciar cada área do game e enquanto jogava me peguei várias vezes cantarolando as composições de Happ.
Por falar nisso, não há como deixar de falar sobre a dedicação e talento do criador do Axiom Verge. Responsável por todos aspectos do jogo, Thomas Happ é um game designer que trabalhou em diversos estúdios grandes e que com este jogo demonstrou ser capaz de dominar a parte de programação, level design, arte e música. Para quem está pensando em trabalhar na área, esse sujeito deveria servir como exemplo, mesmo sabendo que pouquíssimas pessoas no mundo seriam capazes de fazer o que ele fez.
Pesando os prós e os contras, Axiom Verge é o tipo de jogo que não traz muita inovação ao gênero, devendo ser considerado mais como uma bela homenagem e que deverá agradar principalmente aqueles que viveram as décadas de 80 e 90. Porém, se você gosta de games que ofereçam uma boa sensação de progressão e que o presenteie por ser um explorador voraz, ele conseguirá te prender por várias horas e entregar uma experiência extremamente divertida.
E pode ser até que isso nunca aconteça, mas após terminar o Axiom Verge, passei a desejar muito que uma continuação seja feita, quem sabe transformando-o numa viagem ainda melhor.